terça-feira, 26 de abril de 2016

Zika: preocupação real para a saúde reprodutiva.

Zika: preocupação real para a saúde reprodutiva.

Existem evidências científicas de que o Zica vírus pode causar microcefalia(1), quando a gestante adquire a infecção no primeiro ou no segundo trimestres da gravidez. Outras evidências apontam que o Zika vírus pode ser transmitido sexualmente(2) (leia também 3).

Como se não bastasse à mulher - gestante ou não - precisar se proteger da picada do mosquito Aëdes aegypt, nesses tempos de epidemia de dengue, chikungunya e zika, surge uma nova ameaça no horizonte que não diz respeito apenas ao padecimento clínico por adquirir uma dessas viroses (febre, dores oculares, articulares e musculares, manchas vermelhas na pele, fraqueza, prostração, etc.), mas por comprometer seriamente a saúde reprodutiva.

O fato de que, nos homens infectados pelo Zika vírus, a carga viral no sêmen poder ser 100.000 vezes maior do que no sangue transforma essa infecção em mais uma doença sexualmente transmissível, com repercussões na reprodução natural e na reprodução medicamente assistida. Se considerarmos que não sabemos ainda por quantos meses, após a infecção, um homem portador – mas assintomático - poderá transmitir o vírus para a(s) sua(s) parceira(s), os cuidados preventivos deverão ser redobrados – inclusive nos bancos de sêmen – para não expor a mulher a uma gestação cujo feto estaria vulnerável a malformações cerebrais como a microcefalia.

A partir de 1969, a vacina contra o vírus da rubéola passou a proteger as gestantes dos sérios danos embrionários que essa virose pode causar. Acreditamos que, em breve, a vacina contra o Zika vírus também estará disponível. Até lá, porém, o combate aos focos do mosquito, as telas de proteção nas janelas e portas, o uso de repelentes e o adiamento de uma futura gestação em regiões endêmicas são medidas a serem consideradas.